A diferença entre autonomia e independência

Todas as vezes que o assunto “envelhecimento ativo” ou saudável ou bem-sucedido surge, ele vem com um norte: garantir que a pessoa idosa tenha a sua autonomia preservada, além de desenvolver a sua independência ao máximo. Esses dois conceitos têm muito em comum, mas são significam exatamente a mesma coisa, por isso na matéria de hoje do blog nós iremos esclarecer quais são as diferenças entre esses dois conceitos.

 

Autonomia: a capacidade de tomar decisões

A autonomia refere-se à capacidade de tomar decisões por si mesmo, com base em suas próprias convicções, valores e objetivos. É sobre ter controle sobre sua própria vida e ser capaz de agir de acordo com suas próprias vontades e preferências, sem ser excessivamente influenciado por fatores externos.

É a nossa capacidade de julgar as situações vivenciadas e tomar como base qual é a melhor decisão que podemos tomar para nós mesmos, desde pequenos detalhes do cotidiano, como por exemplo “que roupa eu vou usar hoje para sair?”, até decisões mais complexas do dia a dia e dilemas da vida, como por exemplo “eu vou optar por fazer esse tratamento de saúde de qual forma? Quais atitudes vou tomar para potencializar meu tratamento?”.

Ter autonomia significa ser capaz de pensar criticamente, avaliar as opções disponíveis e escolher o caminho que melhor se alinha com seus interesses e aspirações. É um processo de autoconhecimento e autorreflexão que leva à autodeterminação. Ela é capaz de garantir um maior nível de satisfação e bem-estar social, além de garantir maior sensação de pertencimento da pessoa diante daquele cenário e fomentar sempre (independente da idade) o amadurecimento do desenvolvimento pessoal.

 

Independência: a capacidade de gerir as próprias ações

A independência já se mostra como um conceito mais amplo, onde engloba não apenas tomar as próprias decisões, mas também sustentá-las desde financeiramente, emocionalmente até fisicamente. De uma forma mais prática e ampla, o conceito diz respeito a capacidade de prover a própria subsistência, com auxílio leve ou moderado, mas de forma a ser o principal responsável por cuidar de si mesmo e atender às próprias necessidades básicas, como moradia, alimentação, saúde e bem-estar. Apesar disso, atualmente a literatura científica já compreende que a independência no campo da geriatria e gerontologia é a capacidade do indivíduo realizar as suas atividades de forma independente ou com pouco auxílio, como por exemplo: tomar banho sozinho ou com auxílio de barras de apoio, cozinhar, locomover-se pela casa sem auxílio de outra pessoa. Ações que a pessoa idosa realiza de forma a, mesmo que faça uso de algum instrumento de apoio, realiza sem o auxílio de outras pessoas.

Ser independente significa ser capaz de – para muito além de de gerenciar suas finanças, manter um emprego ou fonte de renda estável – de lidar com os desafios da vida de forma autossuficiente, da forma como melhor entender que deve ser feito o seu gerenciamento. É sobre ter liberdade e autonomia para viver a vida de acordo com seus próprios termos, sem estar sujeito à vontade ou controle de outras pessoas.

Esse caso não exclui auxílio de profissionais que possam potencializar a independência, mas que não sejam sujeitos fundamentais para as tomadas de decisões e controle do sustento da casa. Uma pessoa idosa pode ser independente, mas ter um acompanhante terapêutico ou uma pessoa que auxiliar nos cuidados da casa, entre outros tipos de profissionais para auxiliar nos cuidados gerais, sem precisar de suporte nas suas atividades da vida diária.

 

Afinal, qual é a diferença entre autonomia e independência?

Embora autonomia e independência sejam conceitos distintos, eles frequentemente se sobrepõem e se complementam. Por exemplo, para alcançar a independência financeira, muitas vezes é necessário exercer autonomia ao tomar decisões inteligentes sobre carreira, educação e investimentos, como por exemplo: decidir o momento de se aposentar, decidir o momento de juntar ou usar as economias etc.

Da mesma forma, desenvolver autonomia emocional e intelectual pode fortalecer a capacidade de ser independente, permitindo lidar com os altos e baixos da vida sem depender excessivamente do apoio externo.

A autonomia e a independência muitas vezes caminham de mãos dadas na jornada de autodescoberta e crescimento pessoal. Desenvolver autonomia envolve conhecer a si mesmo, entender seus valores, desejos e limitações, e tomar decisões que estejam alinhadas com esses aspectos intrínsecos da sua identidade. Da mesma forma, alcançar a independência requer uma compreensão profunda de suas próprias habilidades, recursos e necessidades, bem como a capacidade de agir de forma autossuficiente para atender a essas necessidades, principalmente durante o processo de envelhecimento.

Além disso, a autonomia e a independência são essenciais para a construção de relacionamentos saudáveis e significativos. Quando uma pessoa idosa se sente capaz de exercer autonomia em suas escolhas e ações, ela está mais propensa a estabelecer relações saudáveis e de confiança com os seus familiares, sem depender da opinião deles para tomar as suas decisões de vida. Por sua vez, a independência emocional e financeira permite que as pessoas idosas sejam responsáveis pelo seu próprio sustento, sem se sentirem sobrecarregados ou dependentes dos outros.

A autonomia e a independência também ajudam as pessoas idosas a realizarem metas pessoais e desenvolver aspirações pessoais, em tempos anteriores, as aspirações pessoais eram mais restritas, voltadas mais para o cuidado da casa e dos netos, onde atualmente a “avosidade” já mudou muito, pois com o aumento da expectativa de vida as pessoas mais maduras têm muito mais tempo de vida para realizar os seus sonhos. Temos um texto sobre avosidade aqui no blog, clique aqui para ler.

E por fim, a interseção entre autonomia e independência também representa um equilíbrio delicado entre liberdade individual e responsabilidade pessoal. Ao cultivar esses dois aspectos em sua vida, a pessoa idosa também pode criar uma base sólida para uma existência autêntica, significativa e realizada, na qual ela tem o poder de moldar seu próprio destino e contribuir de maneira positiva para o mundo ao seu redor.

 

Como fortalecer a autonomia e a independência da pessoa idosa?

Existem diversas maneiras, mas aqui no blog vamos listar aquelas que são consideradas fundamentais para promover a autonomia e a independência das pessoas idosas:

Promover a Autonomia nas Atividades da Vida Diária (AVDs): Incentive a pessoa idosa a realizar tarefas diárias por conta própria, como vestir-se, preparar refeições simples e cuidar da higiene pessoal. Ofereça suporte quando necessário, mas priorize a independência sempre que possível.

Estimular o Envolvimento em Atividades Significativas: Encoraje a participação em atividades que proporcionem satisfação pessoal e promovam o senso de realização, como hobbies, voluntariado, grupos de interesse ou atividades sociais.

Fomentar a Tomada de Decisões: Permita que a pessoa idosa participe ativamente das decisões que afetam sua vida, como escolhas relacionadas à saúde, finanças, estilo de vida e cuidados de longo prazo. Respeite suas preferências e opiniões, e ofereça suporte para que possa tomar decisões informadas.

Promover a Atividade Física e a Mobilidade: Incentive a prática regular de exercícios físicos adequados às capacidades individuais, como caminhadas, ioga, tai chi, natação ou dança. Isso contribui para a manutenção da saúde física, da autonomia e da independência funcional.

Facilitar o Acesso a Recursos e Serviços: Ajude a pessoa idosa a conhecer e acessar recursos disponíveis na comunidade, como serviços de transporte, programas de apoio, grupos de suporte e centros de atividades para idosos.

Promover o Aprendizado Contínuo: Estimule a busca por conhecimento e o desenvolvimento de novas habilidades, por meio de cursos, workshops, leituras, jogos de memória ou atividades cognitivas desafiadoras.

Fomentar a Conexão Social: Incentive a participação em atividades sociais e o estabelecimento de vínculos com amigos, familiares e membros da comunidade. O apoio social é essencial para o bem-estar emocional e a manutenção da saúde mental.

Valorizar a Autonomia na Assistência ao Idoso: Ao oferecer cuidados e suporte à pessoa idosa, respeite sua autonomia e dignidade, envolvendo-a nas decisões relacionadas aos cuidados e respeitando suas preferências individuais.

Proporcionar um Ambiente Seguro e Adaptado: Certifique-se de que o ambiente em que a pessoa idosa vive seja seguro e adaptado às suas necessidades, com acessibilidade adequada, dispositivos de auxílio e modificações no ambiente, se necessário.

Ao implementar essas estratégias, é possível fortalecer a autonomia e a independência das pessoas idosas, permitindo-lhes desfrutar de uma vida plena e satisfatória, mesmo diante dos desafios do envelhecimento.

 

No Residencial Sênior os idosos são incentivados a ter autonomia e independência?

Sim! Os nossos serviços contam com um amplo treinamento delimitado para garantir a conservação da independência das pessoas idosas, dentro de cada quadro específico, para que possam realizar o máximo de atividades da vida diária de forma independente. Além disso, a autonomia é sempre fomentada na busca para que a pessoa idosa tome decisões sobe o seu cotidiano, o que prefere fazer, o que prefere comer, qual roupa prefere vestir, entre outras decisões do cotidiano.

 

Venha conhecer uma das nossas unidades e se encantar com o trabalho realizado pelo bem das pessoas idosas. Sinta-se em casa, mesmo estando fora dela, agende uma visita na unidade mais próxima de você.

 

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