A importância da relação intergeracional para o ser humano

Conviver com outras gerações atualmente não é mais tão simples! As telas nos dividem entre as crianças, os jovens, os adultos e os mais velhos. Elas dividem todo tipo de gente por: gostos pessoais, por localização geográfica e por vezes nos esquecemos do quanto essa troca é benéfica!
Vamos abordar aqui vários aspectos da intergeracionalidade, quais os benefícios dessa relação, alguns exemplos positivos, além da importância do combate ao etarismo diante da construção das relações intergeracionais.

 

O real significado de intergeracionalidade

 

É preciso compreender que a intergeracionalidade é um conceito muito bem construído. Ou seja, uma vivência intergeracional não é apenas viver na mesma casa diferentes gerações que não se conversam, como acontece em casos em que o jovem adolescente vive na mesma casa que os seus avós que são cuidados pelos pais ou por um cuidador formal, mas a sua relação se limita aos cumprimentos obrigatórios de todos os dias. O jovem não sabe qual é a rotina dos avós, não faz a menor ideia do que eles passam, não interage, não tem convivência, eles apenas coabitam o mesmo espaço. Isso, com certeza, não é intergeracionalidade.
A intergeracionalidade é a troca genuína de conhecimentos entre as gerações, onde há um interesse mútuo na vivência das pessoas, um respeito mútuo pelos costumes e pelo jeito de enxergar a vida, sem qualquer tipo de julgamento.

 

Uma boa educação começa na intergeracionalidade

 

É muito importante compreender que nós construímos relações intergeracionais desde o momento do nosso nascimento, de forma que precisamos compreender o quanto ela deve ser fomentada da melhor forma durante toda a vida, não apenas entre os vínculos familiares, mas em todo o círculo social da criança.
Um ótimo exemplo disso é a relação que a criança cria com um professor, em alguns momentos, no caso da mãe ou do pai tentar passar uma informação que não coincide com o que o professor disse, a criança é capaz de corrigir o seu progenitor e dizer “não, o meu professor me disse que…”, visto que a figura de mais alta sabedoria para a criança é a imagem daquele que lhe ensina, aquele que obtém todo o conhecimento, enquanto os seus pais são os responsáveis pelo seu máximo cuidado, de forma que não possuem medo de se aventurarem, pela certeza de terem os pais por perto. Essa é a importância das relações intergeracionais, cada uma delas garante um vínculo importante para a formação da criança.
No caso dos avós, pessoas idosas representantes de uma figura familiar na vida da criança, podemos ver diversos tipos de expressões dessa relação: imitar atitudes da pessoa idosa (querer comer/beber o que ele come, querer imitar ações etc.) e um certo fascínio por certas atitudes cotidianas (fazer a barba, cozinhar, realizar algum trabalho manual etc.).

 

A infância e o combate ao etarismo

 

Nós não nascemos com nenhum tipo de preconceito! Essa é uma construção feita diante das relações sociais e da nossa convivência comunitária, onde a convivência com pessoas idosas é uma forma de combater esse tipo de preconceito.
As crianças que convivem com os avós tem uma outra visão do envelhecimento. E isso é tudo moldado conforme a relação e da forma como a comunicação foi estruturada. Vamos dar um exemplo para deixar mais claro: a pessoa idosa é uma pessoa debilitada, vive se queixando da própria vida e alertando a criança para que não queira crescer e nem envelhecer, isso causará um impacto negativo da forma da criança de enxergar a velhice, de forma que não será surpreendente com que cresça com extrema preocupação em envelhecer, ter uma concepção de que os cremes anti-idade possuem grande benefício, avaliar a possibilidade de vários procedimentos estéticos para tentar esconder a inevitável passagem do tempo.
Já no caso de uma criança que cresce próxima de pessoas idosas ativas, autônomas e independentes, a sua visão do processo de envelhecimento será outra, ela poderá construir uma visão muito mais positiva desta fase da vida, compreenderá que existe diversas possibilidades nesta fase da vida, não terá dificuldade em lidar com o seu próprio crescimento pessoal.

Exemplos positivos de intergeracionalidade

 

Existem várias formas de promover a intergeracionalidade entre crianças e jovens com as pessoas idosas, vamos elencar aqui algumas delas:
– Oficinas de jogos: os idosos podem ensinar as crianças das suas brincadeiras antigas como amarelinha, jogo da velha, xadrez, atividades fora do mundo das telas, uma possibilidade de trazer as crianças de volta para uma vivência mais interativa com outras pessoas.
– Suporte tecnológico: os jovens são pessoas ideais para ensinar as pessoas idosas sobre tecnologia, pois são os que possuem maior facilidade de ensinar as práticas tecnológicas.
– Contação de histórias: as crianças podem se beneficiar de um grande desenvolvimento da imaginação junto das pessoas idosas, através de atividades de contação de histórias, sejam elas reais ou fictícias.
Todas essas ações podem ser muito estimulantes para as crianças e para os adolescentes adquirirem conhecimento, além de para os idosos significar uma importante ferramenta para combater a solidão.

 

Nas nossas unidades do Terça da Serra nós damos muito valor para a intergeracionalidade, pois entendemos o quanto é importante para o fortalecimento dos vínculos familiares. Venha conhecer uma das nossas unidades!

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