Muitas pessoas quando pensam no planejamento financeiro para as pessoas mais velhas ou até mesmo para si mesmas, pensam logo na aposentadoria. Essa é uma forma de se prevenir ao longo da vida para poder ter uma fonte de renda em caso de necessidade, um fundo de emergência para ocasiões não-previstas, mas vamos falar sobre muito além disso, sobre planejamento financeiro como um todo, os cuidados para se ter, as possibilidades de uso desse dinheiro e sobre saúde financeira.
Importância do planejamento financeiro na terceira idade
É muito importante ter um bom planejamento para a fase mais madura da vida. Algumas pessoas se comprometem a construir uma fonte de renda como uma aposentadoria privada, alguns fazem os mais variados investimentos, outros contam com o compromisso da poupança convencional. De qualquer das formas, todos os meios justificam o mesmo fim: a estabilidade financeira na fase mais avançada da vida.
Atualmente o mercado de trabalho tem passado por uma mudança de conceito, diante do aumento exponencial da longevidade, sendo claro que com o aumento da expectativa de vida da população, os anos para se aposentar passam a ficar mais longe, além disso, com o advento da internet e o avanço da tecnologia em todos os aspectos de nossas vidas nos tornam muito mais capazes de gerar rendas variadas, inclusive as redes sociais atualmente são a principal fonte de renda de pessoas de todas as idades.
Apesar das fontes de renda terem se tornado mais flexíveis e acessíveis, o mercado de trabalho também está cada vez mais exigente e os meios tecnológicos nos impulsionam ao consumismo desenfreado, os nossos aparelhos tecnológicos e até mesmo eletrodomésticos são feitos para terem uma durabilidade baixa, a fim de que sejamos impulsionados a ter gastos recorrentes em grande escala com muito mais frequente do que as gerações anteriores, o que dificulta o resgaste de uma parte do nosso orçamento para a poupança.
Um dos grandes desafios para as pessoas mais velhas, é principalmente o mercado farmacológico, em que todos os dias surgem novas medicações com valores altos, com promessas muito promissoras de garantia de diversos benefícios, receitado por médicos que exigem uma série desses fármacos para garantir o bem-estar da pessoa idosa. O planejamento financeiro permite com que a pessoa idosa possa definir quais são as suas prioridades ao longo do mês, a fim de se preparar para os custos com a área da saúde que neste período da vida, são elevados.
Além disso, conforme vamos envelhecendo, podemos necessitar de cuidados especiais em casa ou até mesmo avaliar ir para uma instituição que ofereça cuidados, o que gera um custo que também necessidade ser planejado para não haver desfalque, principalmente para adaptar a nova rotina e custear os tratamentos que são necessários em alguns casos.
Educação financeira na terceira idade
Algumas pessoas idosas, principalmente mulheres que exerceram a função de dona de casa ao longo de uma vida inteira e podem não ter tido nenhuma educação financeira. Elas nunca cuidaram das contas da casa, nunca souberam o quanto o marido ganhava e nem o quanto gastava com as contas da casa e quando ficam viúvas, se sentem desamparadas. Esse é apenas um exemplo para elucidar a importância da educação financeira na terceira idade.
Em muitos casos é um momento importante, principalmente em casos em que os avós cuidam dos netos por ausência da figura materna e/ou paterna, ou em casos em que a pessoa idosa ainda reside com os filhos e arca com a maior parte das contas da casa. A educação financeira garante que a pessoa idosa não faça mau uso do dinheiro, não gaste um valor acima do que ela possui e tenha uma consciência clara do que é necessário ou não de gastar.
E educação financeira traz mais do que apenas responsabilidades para a pessoa idosa, mas também traz autonomia, garantia do direito de escolher para investir em certos aspectos da sua vida ou não, sem a imposição de outros membros familiares, principalmente os filhos, além disso garante que tenha o conhecimento necessário para realizar algumas ações, como por exemplo, no caso da pessoa idosa desejar vender a sua casa, é necessário compreender como se dá esse trâmite, como é feita a especulação do valor da casa, como e no que esse dinheiro será investido, a fim de que ela possa avaliar todas as possibilidades de forma consciente antes de tomar uma decisão.
A educação financeira para prevenção de fraudes financeiras
Com o avanço da tecnologia, muitos idosos estão suscetíveis a cair em golpes bancários, onde pela falta de informações podem correr o risco de passar informações sigilosas para estranhos, para isso a educação financeira é tão importante, pois é capaz de apresentar para a pessoa idosa todos os riscos que existem, os golpes mais comuns e as formas de se prevenir, caso tenha alguma dúvida.
O telefone é o principal vilão nesses casos, pois a voz ao telefone pode muito bem confundir a pessoa idosa, a pressa com que é feita a abordagem e a exigência de respostas rápidas pode colocar a pessoa idosa em uma situação de extrema pressão, o que pode dificultar o seu raciocínio em muitos casos, por isso é necessário investir em campanhas contra golpes e fraudes financeiras em empresas e nas redes sociais, a fim de orientar a pessoa idosa a como agir e como pedir ajuda, se necessário.
Suporte familiar e profissional para um bom planejamento financeiro
É importante que a pessoa idosa tenha pessoas de sua confiança, tanto da família como profissionais para garantir um suporte em caso de dúvidas, necessidade de orientação ou até mesmo suporte para a tomada de decisões em geral. Os familiares não devem tomar a frente para decidir pela pessoa idosa, mas sim ajudá-la a perceber quais são as melhores decisões, quais são os riscos a serem assumidos por determinadas decisões e quais são as escolhas que a pessoa idosa tem, isso garante com que os seus desejos sejam atendidos com muito mais consciência e preserva a sua independência.
Esse é um dos principais momentos em que não se deve infantilizar a pessoa idosa, como se ela não fosse capaz de optar pelas suas escolhas, a fim de querer definir o que é ou não é melhor para ela, uma prática muito utilizada por diversos familiares. É necessário ter clareza em poder apresentar não apenas as opções que a pessoa idosa tem, mas também as consequências que podem advir de cada escolha feita, reforçar a responsabilidade dela em determinar o que quer fazer e manter claro que o suporte se dará independente da circunstância, para garantir que a pessoa idosa se sinta segura, protegida e acolhida para agir da melhor forma.
Quando existe um bom planejamento financeiro, é possível até mesmo incentivar a pessoa idosa a fazer coisas novas como experimentar um novo hobbie, viajar para lugar novos (inclusive temos uma matéria aqui sobre destinos acessíveis) e até mesmo definir qual será o investimento feito na própria saúde, quais cuidados serão custeados, quais medidas são cabíveis ou não, qual a melhor forma de conduzir a própria vida.
E se você possui conhecidos que enfrentam dificuldade com o planejamento financeiro de uma pessoa idosa na família, envie para ele essa matéria para que ele possa entender melhor sobre o assunto.