Alimentação na terceira idade: um desafio que vai muito além da nutrição

Atualmente está cada vez mais difícil manter uma alimentação balanceada e saudável, pois cada vez mais somos impulsionados a fazer consumo de alimentos industrializados. A rotina exaustiva nos faz não ter tempo com preparo de alimentos mais elaborados, de forma que muitas vezes optamos por comer algo mais simples. Mas isso para a pessoa idosa é uma questão que envolve diversos outros aspectos, o desafio de se alimentar bem tem outros fatores.

 

Sai o paladar e entra os alimentos com mais açúcar

 

Conforme o processo de envelhecimento natural avança, nada mais natural do que os nossos sentidos perderem algum efeito, certo? Certo. Os idosos costumam ficar mais desejosos e mais sensíveis para comidas que eles consideram “insossas”, visto que tem uma carência por sentir o sabor mais aguçado do açúcar e do sal que apenas em doses realmente maiores e até exorbitantes podem alcançar o desejo da pessoa idosa.
Devemos levar em consideração também que existem vários tipos de medicamentos que influenciam o paladar, o que interfere diretamente no apetite da pessoa idosa que pode se tornar muito mais resistente para se alimentar, além de sentir que mesmo uma comida bem-preparada pode não ser do seu agrado, diante da alteração do seu paladar.
Então precisamos compreender quais são as estratégias para lidar com esses desafios.

 

Acompanhamento profissional especializado

É sempre muito importante que o idoso tenha um acompanhamento nutricional de qualidade, a fim de garantir que seja possível fazer ajustes na alimentação do mesmo de acordo com os seus gostos e desejos, levando sempre em consideração o seu histórico de saúde, os medicamentos que faz uso e os alimentos que devem ser evitados para garantir o seu bem-estar.
É importante também avaliar a necessidade de outros profissionais, como de um fonoaudiólogo, no caso de ser percebida uma dificuldade na deglutição, a fim de evitar riscos de engasgos que podem comprometer a sua saúde e tornar o processo de se alimentar um fator de sofrimento ou de receio, para que não haja qualquer fator que dificulte a alimentação do idoso.

 

Cultivar os próprios temperos

Já que o sal não é a opção mais indicada para conseguir adquirir um sabor intenso na comida, a melhor saída são os temperos caseiros como as variações de pimentas, páprica, cebola e alho, além de tantas outras opções.
Para além de fazer uso de outros tipos de tempero, o seu cultivo é uma forma de instigar o olfato da pessoa idosa para tentar identificar os temperos e assim reconhecer na hora de se alimentar, como um exercício para estimular o seu paladar, além de ser uma atividade sócio ocupacional muito interessante, pois gera responsabilidade para a pessoa idosa, além de se tornar um hobbie.

 

Recriar comidas afetivas

Uma das formas mais interessantes de estimular o paladar da pessoa idosa é buscar as suas memórias afetivas, a fim de estimular o olfato e o paladar através de alimentos que tenham mais significado. Eles podem ser recriados com adição de temperos que potencializem o sabor, a fim de incrementar a experiência. O mais importante é usar da criatividade para tentar aumentar o apetite da pessoa idosa em comer de uma forma criativa.
Depois pode até ser feito ou reinventado o livro de receitas da família, com as antigas e novas receitas que a pessoa idosa passa a fazer ou a consumir, tornando essa mais uma atividade prazerosa para além de ingerir os alimentos, mas através de novos rituais que componham memórias importantes no processo de envelhecimento.

 

Tornar os pratos visualmente mais atrativos

A visão também é um grande atrativo para o idoso se sentir motivo a comer a comida. Um prato colorido, com legumes bem-preparados e com uma variedade de alimentos pode ajudar a pessoa idosa a se sentir motivada a comer.
Uma boa apresentação também conta com uma louça bonita. Nada de entregar a comida do idoso em um prato de plástico, como se fosse criança, bem como pratos batidos no liquidificador que não diferem gostos e nem texturas. Todas essas ações dificultam ainda mais o acesso à memória da pessoa idosa ao gosto da comida, a diferenciação dos sabores e ao esforço em mastigar.
Devemos entender que as limitações ou as dificuldades devem ser trabalhadas com estimulação e nunca com acomodação, pois a acomodação só proporciona uma piora no quatro demencial da pessoa idosa.

 

Aqui no Terça da Serra nós levamos muito a sério a alimentação dos nossos idosos, com cardápios personalizados, onde as apresentações são sempre pensadas com muito carinho e variedade, venha conhecer uma das nossas unidades e ver como o cardápio é feito!

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