Atualmente a geração X nascidos entre 1960 e 1980 (atualmente com 45 a 65 anos) é a geração que está preparada ou se preparando para entrar na aposentadoria, uma geração marcada por ser a primeira geração sanduíche (temos uma matéria sobre esse conceito aqui) da modernidade, com a responsabilidade de cuidar de pais muito envelhecidos e em muitos casos, frágeis, e cuidar também de seus filhos jovens adultos que ainda não alcançaram a independência financeira.
Em um mundo dominado pela globalização da informação e da informática, a expectativa de se aposentar com 65 anos, cuidar dos netos, desfrutar da aposentadoria e de uma vida calma e estável mudou os seus padrões, visto que a longevidade se expande para além dos 80, os jovens mudaram a sua concepção sobre planejamento familiar e necessitam de muito mais esforço para obter uma carreira estável, como fica o planejamento da geração que viveu todas essas transformações no meio do caminho e se depara frente à frente com a aposentadoria nesse momento? Falaremos sobre isso aqui no blog hoje!
A aposentadoria dos Baby Boomers e o seu impacto no cenário mundial
A geração anterior à geração X, os famosos Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964, filhos da Segunda Guerra Mundial e a primeira geração que assistiu ao advento da televisão, pode ter sido a última geração que assistiu ao fim da aposentadoria como a conhecemos tradicionalmente. São pessoas na faixa etária dos 61 aos 80 anos, aqueles que atualmente já se encontram no período de aposentadoria, em que vivem a expansão do mercado da longevidade aquecido, com novos tipos de investimentos para moradia durante esse período da vida.
A geração dos baby boomers é considerada a geração mais rica da história, de acordo com o Relatório Global de Riqueza 2024 da Allianz. Este estudo destaca que fatores como crescimento econômico robusto, habitação acessível e mercados acionários em alta permitiram que os baby boomers acumulassem uma fortuna significativa.
Sendo assim, o mercado da longevidade se torna impulsionado por uma demanda crescente por produtos e serviços voltados ao bem-estar, saúde, turismo e entretenimento. Muitos boomers aproveitaram ganhos expressivos nos mercados de ações e imobiliário, especialmente desde a pandemia, o que aumentou significativamente seu poder de compra. Isso fez com que essa geração representasse, em 2022, cerca de 22% de todo o consumo nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Trabalho americano, a maior participação já registrada.[1]
Enquanto os millennials lidam com custos elevados de moradia e despesas com filhos, os baby boomers, em sua maioria, já quitaram suas dívidas ou possuem financiamentos com taxas de juros fixas e baixas. Além disso, não são impactados diretamente pelas políticas de aumento de juros, o que lhes dá maior liberdade financeira para investir em experiências como viagens, lazer e consumo cultural.
Outro fator que impulsiona esse cenário é o aumento significativo nos pagamentos da Seguridade Social, com um reajuste de 8,7% no custo de vida em 2022, o maior em 40 anos. Esse aumento de renda contribuiu para a expansão do consumo entre os boomers, reforçando o impacto econômico positivo dessa geração.
A solidez financeira dessa geração se reflete também em menor exposição a dívidas de consumo e ausência de encargos como empréstimos estudantis. Isso faz com que grande parte da riqueza doméstica esteja concentrada nas mãos de pessoas com mais de 55 anos, que detêm cerca de 75% de todo o patrimônio familiar nos EUA.
Portanto, a combinação de estabilidade financeira, aumento na expectativa de vida e desejo por qualidade de vida faz dos baby boomers protagonistas no mercado da longevidade. Esse cenário representa uma oportunidade para diversos setores se adaptarem e inovarem, oferecendo soluções que atendam às necessidades e desejos dessa geração que continua a impulsionar a economia global.
A geração X e a aposentadoria gradual: entenda melhor sobre esse conceito
O cenário para se aposentar se tornou instável por diversos fatores, diante da reforma da previdência social com endurecimento nas regras de aposentadoria e redução de benefícios; o aumento da inflação que culminou na diminuição do poder de compra, e a desvalorização de investimentos conservadores; o aumento do número de empregos informais e a precarização do mercado de trabalho com um cenário de desemprego estrutural; em um cenário com uma instabilidade política e econômica, principalmente com a Crise de 2008, também conhecida como a Crise Financeira Global, responsável por trazer para a Geração X diversos prejuízos: perda de empregos e economias acumuladas, além de desvalorização de imóveis e investimentos.
Atualmente uma aposentadoria gradual tem se mostrado um cenário mais suave e estável para a geração X, a fim de garantir uma diminuição das longas e exaustivas de jornada de trabalho, sem perder completamente essa fonte de renda complementar à aposentadoria. De acordo com uma pesquisa da WTW, segundo uma matéria do Estadão[2], um em cada três trabalhadores nos EUA com mais de 50 anos deseja uma abordagem gradual para a aposentadoria. A segurança financeira e a saúde são os principais motivadores para optar por uma aposentadoria gradual. A possibilidade de reduzir horas ou responsabilidades permite que os trabalhadores ajustem suas carreiras às suas necessidades pessoais e financeiras.
Para enfrentar os desafios econômicos e garantir uma aposentadoria mais segura, a Geração X tem adotado diversas estratégias financeiras e profissionais. Muitos optam por permanecer no mercado de trabalho por mais tempo, seja em regime de meio período, trabalho autônomo ou consultoria, buscando manter uma fonte de renda ativa. Além disso, há um movimento crescente em direção à qualificação profissional contínua, com o objetivo de se manterem competitivos em um mercado de trabalho cada vez mais exigente e digitalizado. Essa adaptação não só prolonga a carreira, mas também permite uma transição mais gradual para a aposentadoria, reduzindo o impacto financeiro da saída completa do mercado de trabalho.
Paralelamente, a Geração X tem investido em um planejamento financeiro mais robusto, priorizando a diversificação de investimentos para proteger seu patrimônio da inflação e das oscilações econômicas. Muitos passaram a buscar consultoria financeira especializada para otimizar seus recursos, equilibrando investimentos de baixo risco com aplicações mais rentáveis. Também há um esforço em reduzir dívidas, especialmente de consumo, para aliviar o orçamento e permitir maior capacidade de poupança. Essas estratégias refletem uma busca constante por estabilidade financeira e qualidade de vida, mesmo diante das incertezas econômicas.
Um alerta e uma oportunidade para as novas gerações
Os desafios enfrentados pela Geração X ao planejar a aposentadoria servem como um alerta para as gerações mais jovens. A Geração Y, os Millennials e a Geração Z precisam compreender que o cenário econômico global é volátil e que depender exclusivamente da previdência social pode não ser suficiente para garantir uma aposentadoria tranquila. Investir desde cedo em educação financeira, construir uma reserva de emergência, diversificar investimentos e manter a flexibilidade profissional são estratégias essenciais para enfrentar incertezas futuras.
Além disso, é fundamental que essas gerações busquem equilíbrio entre o presente e o futuro, evitando o endividamento excessivo e priorizando decisões financeiras conscientes. A capacidade de adaptação, o uso inteligente da tecnologia e a busca por fontes de renda alternativas podem ser diferenciais importantes. Ao aprender com os erros e acertos da Geração X, as novas gerações têm a oportunidade de construir uma base financeira sólida e garantir um futuro mais seguro e sustentável.
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[1] Fonte: https://fortune.com/2024/05/23/baby-boomers-keeping-economy-afloat/
[2] Fonte: https://einvestidor.estadao.com.br/comportamento/boomers-geracao-x-aposentadoria-gradual-inflacao-saude/
