Como é o início da doença de Alzheimer?

O Alzheimer é algo muito conhecido e temido por todos que convivem com pessoas idosas. Isso se dá principalmente porque identificar a doença em seus estágios iniciais tem vários benefícios e ajuda muito ao longo do tratamento.

Sabe-se que o Alzheimer é a demência neurodegenerativa que mais afeta os idosos, mas as causas ainda estão sendo estudadas. Inicialmente a doença causa um mal processamento de certas proteínas do sistema nervoso central, ou seja, ela começa a “infectar” esse sistema, onde o primeiro campo cerebral a ser afetado é o do hipocampo, responsável pela memória.

 

Por que o idoso não se lembra do dia de ontem, mas se lembra de histórias de 20 anos atrás?

 

Isso acontece porque a primeira região afetada do cérebro é justamente a de memórias de curto prazo, o local que recebe mais estímulos a todo tempo. Por isso o idoso passa a apresentar um esquecimento que as vezes pode parecer normal.

Um bom exemplo disso é: ele não conseguir lembrar o que estava falando, não lembrar uma palavra específica, ou não se lembrar que acabou de conversar sobre aquele determinado assunto.

 

Mas todo esquecimento pode ser sinal de Alzheimer?

 

Não! Sabemos que a vida adulta causa estresse e isso pode causar perda de memória recente. Por isso a perda da memória recente deve ser analisada em conjunto com outras características como:

 

– A perda da capacidade de acompanhar discussões complexas: ou seja, a pessoa começa a ter dificuldade de interagir em conversas profundas, apresentando respostas vagas, pois apresenta um processamento dessas informações já mais comprometido.

ATENÇÃO: Devemos ter claro se é uma dificuldade em processar a informação ou em escutar o que se diz. Pessoas com demência em espaços com muitos estímulos auditivos também possuem muita dificuldade em processar informações.

 

– Mudança de comportamento: o idoso passa a ter uma postura mais “defensiva”. Ele se irrita quando esquece as coisas, nega que não consegue se lembrar de algo e as vezes chega até a inventar uma resposta para mostrar que está bem. Geralmente essa postura de negação é pelo medo de desenvolver a doença.

Essa alteração de humor pode acontecer de forma mais ampla através da falta de interesse em realizar determinadas atividades, pois se sente confuso ou inseguro de executá-las sozinho.  E em muitos desses casos acaba apresentando um aspecto mais abatido, pela consciência da dificuldade em acompanhar conversas mais elaboradas, por exemplo.

 

Tenha sempre profissionais de confiança ao seu lado!

 

É muito difícil para um familiar identificar sozinho e de forma clara os sintomas iniciais do Alzheimer. Por esse motivo destaco aqui a importância de que os idosos tenham acompanhamento médico regular. De preferência e se possível também com um gerontólogo, profissional capaz de oferecer acompanhamento e atividades para a estimulação cognitiva da memória.

 

E o tratamento? Como funciona?

 

Embora o Alzheimer seja uma doença degenerativa e incurável, o tratamento precoce é capaz de desacelerar o avanço da doença, a fim de preservar ao máximo as capacidades cognitivas do idoso pelo maior tempo possível. Porém, para isso, é necessário um olhar atento dos familiares, a paciência com os esquecimentos e com o quadro clínico do idoso. Além da aceitação da família sobre a situação vivenciada.

O tratamento é muito mais eficaz quando a família se envolve e participa ativamente das atividades da vida do idoso. Oferecendo o apoio e o suporte necessário para que a pessoa com o diagnóstico se sinta acolhida, principalmente na fase inicial em que o primeiro impacto pode causar negação e extrema dificuldade em aceitar ajuda.

Devemos ter em mente que o acompanhamento precoce é a melhor forma de garantir que a pessoa idosa tenha os recursos necessários para um tratamento digno.

 

Aqui vão algumas dicas importantes para lidar com essa fase:

 

– Evite pressionar o idoso para se lembrar: visto que ele está com dificuldade de se lembrar de uma palavra, não fique tentando adivinhar, busque meio alternativos de apoio visual para ele. Exemplo: ele quer se lembrar do nome do item que é usado para mexer a panela, que tal buscar o objeto e mostrar a ele e perguntar “é isso aqui que o senhor quer?” ou então, se é um objeto que não está ao alcance, buscar referências de imagens na internet, para tentar estimular o idoso a se lembrar. A ideia é tornar o processo de resgate da memória menos exaustivo e estressante, pois todos nós já passamos por isso e sabemos o quanto esse pode ser um episódio desagradável.

 

– Tente buscar alternativas: o idoso não consegue se lembrar o que ele comeu ontem, mas será que ele se lembra do que ele estava fazendo um pouco antes. Consegue se lembrar de alguma outra informação do dia anterior? A melhor forma é tentar buscar outras etapas do dia, sem pressionar o idoso a acessar a sua memória.

 

– Evite dizer que ele já falou sobre aquilo: esse é um episódio muito constrangedor para o idoso, perceber que está sendo incômodo ser repetitivo. Todos nós sabemos o quanto a repetição pode ser exaustiva, mas existem outros meios de tirar a atenção para aquele assunto ou tentar aprofundá-lo de outras maneiras. Porém, usar a abordagem mais direta de “você já disse isso, eu já sei”, só torna a situação constrangedora e sem efeito positivo para ambos.

 

– Estimule a independência: a pessoa idosa não consegue se lembrar do que precisa fazer? Escreva em um papel. A pessoa idosa está com dificuldade de lembrar onde estão as coisas? Coloque etiqueta, deixe um mapa para que ela possa ler depois e se recordar onde guardou as coisas. Estimule ao máximo a independência e outras formas de acessar a memória através da escrita e de bilhetes orientadores.

 

– Exercite a lembrança recente: quando for oferecer uma refeição a pessoa idosa, relembre com ele sobre o dia anterior. Exemplo: “hoje o senhor vai comer sopa de ervilha, porque ontem o senhor já comeu sopa de legumes, certo? Estava boa ou não estava?” Essa é uma forma de estimular a memória recente sem exigir dele o acesso à informação direta.

É normal ele mentir e dizer que lembra, só para não parecer que esqueceu, mas esse é um processo natural, visto a alteração de humor e de algumas atividades que foi abordado anteriormente, só que ainda sim é importante realizar o exercício para oferecer suporte ao idoso.

 

Todas essas dicas são formas de garantir o alívio do ambiente pesado e conflituoso que a doença pode causar, pelo desgaste da convivência. Mas em alguns casos devido aos fatores pessoais e profissionais, o familiar não consegue oferecer um cuidado direto e é possível optar pelo acompanhamento de perto, como a nossa modalidade de Day Care! No Terça da Serra o idoso passa o dia conosco e retorna para a sua casa no final do dia.

Venha conhecer esse e outros dos nossos serviços aqui no site do Terça da Serra. Nós estamos aqui para garantir que você e o seu familiar tenham todo o suporte que precisam. Venha conhecer mais do nosso dia a dia em nossas redes sociais.

 

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