Conceitualizações do envelhecimento e competência cognitiva: Avaliações e relatos após testes cognitivos!

Em ambientes de pesquisa e prática clínica, é comum o uso rotineiro de testes específicos para avaliação da cognição. No entanto, estudos têm demonstrado que tais testes podem desencadear sentimentos de preocupação ou incerteza em pacientes, tanto durante quanto após sua realização; mesmo pessoas sem declínio cognitivo podem experimentar sofrimento em decorrência desses testes.

Um dos testes de rastreio cognitivo mais amplamente utilizados é o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), empregado tanto em tratamentos especializados da demência quanto em cuidados primários. No entanto, vale ressaltar que ele não deve ser utilizado como única ferramenta para diagnóstico de demência. Este teste, originalmente desenvolvido nos EUA, foi traduzido e adaptado internacionalmente, abordando áreas como orientação, registro, atenção, recordação, linguagem e cópia de figuras.

Em consultas médicas, as principais queixas de perda de memória se concentram em cinco áreas principais: relatos de memória, relatos experienciais, relatos de habilidade e atenção, relatos emocionais e contas comparativas. Estudos comprovam que pessoas com alterações cognitivas tendem a fazer uso principalmente das queixas de relatos de memória ou relatos de saúde durante tais consultas.

Neste estudo recente de 2022, foram incluídas quatorze pessoas que preencheram os critérios de inclusão com base no autorrelato. Esses critérios incluíam idade superior a 65 anos, ausência de diagnóstico ou suspeita de demência ou declínio cognitivo, e acuidade visual e auditiva adequadas para testes e entrevistas. O objetivo do estudo era capturar as experiências de testes cognitivos em idosos sem perda clínica de memória, a fim de compreender as conceituações sobre envelhecimento e capacidade cognitiva.

Durante o estudo, foi realizada a avaliação do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), e foram observadas as reações imediatas dos participantes aos testes, bem como os relatos após a conclusão dos mesmos, incluindo a avaliação do próprio desempenho. Além disso, foram analisados como essas reações foram contabilizadas e explicadas.

Fatores pessoais, como experiência de ocupações anteriores ou variações nas habilidades, foram considerados no estudo. Por exemplo, algumas pessoas podem ter maior facilidade em determinadas tarefas, como matemática, enquanto outras podem encontrar outras dificuldades.

Os resultados do estudo indicam que os testes cognitivos utilizados para fins de pesquisa, podem proporcionar uma visão sobre as práticas de criação de sentido e as visões de mundo relacionadas à demência e à competência cognitiva. Também foi observado que tais testes podem esclarecer ou mesmo exacerbar a preocupação com a demência, destacando o MEEM como uma ferramenta comumente empregada para examinar a memória.

Os médicos e a equipe multidisciplinar que realizam testes cognitivos devem reservar um tempo para questionar os participantes sobre sua experiência durante o teste, a fim de obter uma compreensão mais completa dos resultados e das percepções dos participantes.

Leia o estudo completo, em inglês, clicando aqui!

 

Dicas do Terça da Serra

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Assegurar a contínua atualização dos nossos profissionais por meio de treinamentos presenciais e online é de suma importância para alcançar resultados de excelência e oferecer o melhor cuidado possível aos nossos idosos.

Esperamos que este artigo tenha proporcionado insights significativos sobre a relevância dos testes cognitivos na avaliação da saúde cognitiva dos idosos, bem como suas correlações com doenças que impactam o sistema cognitivo. Abordar os sentimentos do paciente durante e após os testes é de extrema importância, visando ouvir e compreender os aspectos emocionais do idoso envolvido na avaliação.

 

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