É verdade que o alzheimer piora a noite?

Quem tem ou teve um familiar com Alzheimer já viveu a experiência da “síndrome do pôr do sol”, um episódio de agitação e confusão mental que acontece no fim de tarde e início da noite, sendo uma parte comum da doença de Alzheimer. Quer entender o que é essa síndrome? Vamos te explicar!

 

Quais são as causas da “síndrome do pôr do sol”?

As causas ainda não foram reveladas, pois os estudos ainda não conseguem identificar esses motivos. Entretanto, algumas alterações de rotina, sono e infecções em geral podem potencializar essa síndrome.
Uma das causas mais comuns é a fadiga! Em dias em que o idoso obteve uma longa estimulação ao longo do dia e em um certo momento, com a diminuição da energia, começa a apresentar maior irritabilidade devido ao cansaço.
O sono-vigília também é um grande precursor para desencadear a síndrome do pôr do sol, pois algumas pessoas idosas que possuem essa doença passam por alterações hormonais, o que pode causar maior sonolência no idoso ao longo do dia e mais agitação no período da noite. Por isso é tão importante estimular o idoso ao longo do dia, para manter o seu ciclo de sono regulado.
Um outro aspecto que é muito comum também são as alterações do ambiente, visto que as luzes naturais diminuem e isso pode causar medo e ansiedade em pessoas idosas, o que potencializa a sua desorientação espacial e temporal.

 

Como identificar?

Os sintomas costumam ser claros e perceptíveis diante de um quadro de maior agitação. Geralmente esse é um momento comum em que a pessoa idosa apresenta uma ansiedade para ir embora, mostra maior irritabilidade com as negativas, tem maior dificuldade para reconhecer as pessoas e o local onde está, apresenta dificuldade em reconhecer onde está, com quem está, onde é a sua casa etc.
É muito importante que todos os familiares e cuidadores tenham conhecimento dos sintomas, para ser possível reconhecer e identificar de forma precoce, para que seja possível realizar uma intervenção preventiva e contornar as situações de agitação, assim trazendo uma maior sensação de segurança e de tranquilidade.

 

Como lidar com a síndrome do pôr do sol?

Uma estratégia muito forte e importante é a rotina! As pessoas idosas com Alzheimer necessitam de uma rotina muito bem estabelecida, com poucas margens para atividades inovadoras que possam ser um gatilho para alterações fisiológicas de maior ou menor agitação.
Nós sabemos que ao longo dos dias é muito difícil ter uma rotina estabelecida, sem margens para imprevistos, mas ainda sim é importante que haja uma estrutura clara com horários para acordar, fazer as refeições, dormir e executar as principais atividades, não que não possa haver aberturas para novas programações, mas uma rotina bem estabelecida ajuda muito!

 

Controle os cochilos!

Os cochilos durante a tarde e depois do almoço também devem ser limitados, visto que longos períodos de sono ao longo do dia são capazes de desregular o ciclo circadiano responsável pela regulação do sono. Não é que a pessoa idosa não possa descansar, pois o fato de também não descansar pode causar uma fadiga que pode potencializar a síndrome do pôr do sol da mesma forma, mas sim criar uma rotina estruturada em que seja respeitado os períodos de descanso do idoso, mas que ele também seja estimulado a realizar atividades físicas e de estimulação cognitiva, para que a fadiga só o encontre no fim do dia para dormir.

 

Mudar a luz natural para artificial gradativamente

Os estímulos visuais também são fatores importantes, pois como foi destacado acima, o fato de escurecer pode causar maior agitação para alguns idosos, de forma que se ao longo do dia, no início da tarde, for possível diminuir um pouco a luz natural e introduzir a luz artificial, principalmente para idosos que apresentam maior medo ou maior sensibilidade ao anoitecer, essa pode ser uma estratégia capaz de trazer maior tranquilidade para o idoso.
Os estímulos auditivos também podem ser um fator que causa agitação no idoso, por isso é importante que no período do entardecer haja menores influências de sons externos e internos. Desse modo, o idoso irá se preparar gradativamente para o período de descanso, de forma a diminuir os seus estímulos sensoriais e diminuir a agitação.

 

Reduza os estímulos que agitam e potencializar estímulos que tranquilizam!

É importante reduzir o uso da cafeína e potencializar o consumo de bebidas relaxantes, principalmente chás na parte da tarde. Também deve-se trocar a televisão com diversas cores e sons por ouvir uma música tranquila e relaxante, proporcionar um espaço mais tranquilizador pode ser benéfico não apenas para a pessoa idosa, mas para o seu cuidador e/ou familiar responsável pelo seu cuidado.
Visto que após um dia de atividades de estimulação física, motora e cognitiva, nada melhor do que oferecer um espaço de tranquilidade e de orientação, reprisar quais foram as atividades realizadas no dia, quem esteve presente nas atividades etc.

 

Nas unidades do Terça da Serra nós temos vários profissionais preparados para lidar com a síndrome do pôr do sol, capazes de contornar essas situações de forma tranquila e com muita experiência. Caso você queira saber mais sobre o trabalho realizado, clique aqui para encontrar um Terça da Serra próximo a você e agende a sua visita.

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