As lesões por pressão representam um problema de saúde de grande preocupação, especialmente entre os idosos. Atualmente, empregamos escalas para avaliar a predisposição e classificação dessas lesões.
Este estudo de coorte transversal publicado em 2022, foi conduzido em uma amostra de instituições de cuidados de longa duração em toda a Itália, as quais oferecem cuidados residenciais a pessoas com deficiências graves e idosos que necessitam de assistência para suas atividades diárias. Todos os residentes dessas instituições foram incluídos na análise.
Dos 2.604 residentes de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) recrutados em 27 estabelecimentos, 73 (2,8%) receberam diagnóstico de lesão por pressão. Dentro dessa coorte, 1.252 indivíduos foram pontuados na escala de Norton (escala que avaliar predisposição a lesão) e incluídos na análise: 41 (3,3%) apresentaram lesões por pressão, 571 (45,6%) obtiveram uma pontuação de Norton de 9, e 453 (36,2%) tiveram uma pontuação entre 10 e 14.
As lesões por pressão resultam da compressão de tecidos moles entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por um período prolongado. As consequências variam desde eritema não branqueável até úlceras profundas que alcançam o osso, representando uma carga significativa tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde. Fatores como perfusão cutânea, estado nutricional, função sensorial e condições neurológicas, como demência, delírio ou neuropatia periférica, são considerados importantes na etiologia dessas lesões, dada a prevalência de perda sensorial entre esses pacientes.
Outros fatores de risco incluem edema, diabetes, redução da gordura subdérmica, doença pulmonar crônica, eritema, obesidade, idade avançada, doença cerebrovascular ou cardiovascular, fraturas recentes de membros inferiores, incontinência e uso de medicamentos sedativos, analgésicos, vasopressores e corticosteroides. Demência, doença cerebrovascular, idade e sexo feminino foram identificados como os principais fatores de risco para um risco muito elevado de úlceras por pressão, sendo que apenas o diabetes foi as- sociado ao diagnóstico dessas lesões, conforme demonstrado nesse estudo de coorte transversal conduzido em instituições de cuidados de longa duração na Itália, com dados coletados entre 2018 e 2020.
Nesse estudo foi possível concluir que os residentes de lares de idosos estão em alto risco de desenvolver essas úlceras, devido à sua idade avançada, fragilidade e presença de comorbidades que frequentemente resultam em imobilização e permanência em leito. Foi observada uma associação significativa com sexo, idade, demência e doença cerebrovascular; no entanto, não foi encontrada nenhuma relação com medicamentos potencialmente relacionados a úlceras por pressão, como antipsicóticos, benzodiazepínicos, antidepressivos ou opioides.
Dicas do Terça
Nas Lesões por Pressão (LPP), é crucial estar atento a alguns pontos fundamentais. A mudança de decúbito deve ser realizada pela equipe de cuidados a cada duas horas. No Terça da Serra contamos com um sistema exclusivo de monitoramento remoto 24 horas que atua para promover mais tranquilidade segurança aos usuários, dando todo o suporte a equipe de cuidados.
A enfermagem desempenha um papel essencial, sendo responsável pelo acompanhamento diário da lesão e pelo seguimento de todo o protocolo de curativo para o trata- mento adequado dela. Além disso, o suporte nutricional é responsável por avaliar e acompanhar nutricionalmente o idoso, podendo indicar suplementos específicos para a lesão, caso necessário.
O monitoramento do idoso por uma equipe multidisciplinar de cuidados faz toda diferença no tratamento das lesões existentes, bem como na prevenção delas. Essa abordagem multidisciplinar assegura uma gestão eficaz das Lesões por Pressão e contribui para a promoção da saúde e bem-estar dos idosos sob nossos cuidados.