Gratidão como fator protetivo no envelhecimento

Esta revisão de literatura teve como objetivo investigar as evidências da gratidão no contexto do envelhecimento bem-sucedido. Dentre as abordagens mais destacadas está a Psicologia Positiva, que propõe uma mudança de foco da patologia para a construção de qualidades e virtudes, visando tratamento e prevenção em saúde mental.

Algumas características cruciais, como coragem, gratidão, otimismo e outras, atuam como amortecedores contra doenças mentais, conforme apontam estudos. Autores, em 2004, desenvolveram o sistema de classificação para aspectos positivos, “Forças e Virtudes de Caráter” (Values in Action (VIA) – Classification of Strengths and Virtues Manual), para potencializar essas qualidades, mostrando que cada pessoa possui 24 diferentes forças de caráter associadas a seis categorias de virtudes.

O estudo concentra-se em verificar os aspectos protetivos da gratidão relacionados às vulnerabilidades inerentes ao envelhecimento. A gratidão, fortemente associada à personalidade e traços emocionais positivos, estimula a atenção a pequenas dádivas cotidianas e à contemplação do que já se possui.

O envelhecimento, objeto de estudo global, é abordado do ponto de vista biológico como um processo contínuo de mudanças nas capacidades motoras, psicológicas, sociais e cognitivas, levando à vulnerabilidade e, possivelmente, a declínios. As vulnerabilidades nessa fase da vida são numerosas, sendo preocupação na saúde pública, dado que cerca de 80% dos idosos apresentam pelo menos uma doença crônica.

Os transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão, e outros, são destaques na literatura sobre envelhecimento. A definição de envelhecimento bem-sucedido varia, mas frequentemente associa-se à ausência de doenças, manutenção das capacidades neuro cognitivas e físicas, e continuidade de atividades produtivas e relacionais.

A velhice, momento de reflexão pessoal, desperta sentimentos de gratidão ou insatisfação. Estudos indicam que a gratidão é um fator protetivo além da prevenção, associada à redução de estresse, crescimento pessoal e melhoria do estresse pós-traumático.

Evidências mostram que a gratidão está relacionada ao aumento e a liberação de hormônios do bem-estar, melhora qualidade de sono e capacidades cognitivas. A gratidão contribui para a ressignificação de lembranças, fortalecendo a memória de eventos positivos e proporcionando bem-estar.

Apesar dessa revisão de literatura ressaltar pontos importantes da gratidão no envelhecimento bem sucedido, observa-se uma carência de pesquisas específicas para a população idosa sendo necessário estudos que explorem os benefícios da gratidão nessa população específica.

 

Dicas do Terça da Serra

É crucial incorporar atividades recreacionais que promovam a ressignificação do ambiente para os idosos. Essas atividades visam incentivá-los a refletir sobre pontos importantes em suas vidas, proporcionando não apenas entretenimento, mas também uma oportunidade de reconexão com suas histórias pessoais. Este enfoque não apenas estimula suas mentes, mas também cria um ambiente mais positivo e significativo para eles.

A ressignificação contribui significativamente para o bem-estar emocional dos idosos, incluindo atividades como narrativas compartilhadas, jogos de estímulo à memória e eventos culturais que evocam experiências passadas. Essa abordagem não apenas enriquece o cotidiano dos idosos, mas também fortalece sua conexão com o ambiente ao seu redor, especialmente em contextos de cuidados a idosos, onde a qualidade de vida está intrinsecamente ligada às experiências emocionais e à percepção do ambiente.

Ao implementar estratégias recreacionais centradas na ressignificação, não apenas melhoramos a experiência de vida dos idosos, mas também contribuímos para a construção de um ambiente que celebra suas histórias e conquistas ao longo do tempo.

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Esta revisão de literatura foi feita com base no artigo “Gratidão como fator protetivo no envelhecimento”, que pode ser lido na integra aqui.

 

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