Você conhece a Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS, na sigla em inglês)? Ela é um procedimento neurocirúrgico que envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro e a conexão desses eletrodos a um dispositivo semelhante a um marca-passo chamado neuro estimulador. A DBS é comumente utilizada para tratar doenças neurológicas, como doença de Parkinson, tremor essencial, distonia e transtorno obsessivo-compulsivo. Ela funciona ao enviar impulsos elétricos controlados para as regiões cerebrais afetadas, com o objetivo de regular a atividade neural e melhorar os sintomas.
Fase experimental para os casos de Alzheimer
No contexto do Alzheimer, a aplicação da DBS ainda é experimental e está em estágios iniciais de pesquisa. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pelo acúmulo de placas de proteína beta-amiloide no cérebro e pela perda progressiva de células nervosas, o que leva a sintomas como perda de memória, confusão e declínio cognitivo.
Imagine que o cérebro é uma rede elétrica e o Alzheimer a faz funcionar de forma não-convencional. Com a DBS, os médicos tentam “ajustar” essa rede elétrica para melhorar a memória e outros problemas do Alzheimer.
A DBS para o Alzheimer visa modular a atividade cerebral de modo a aliviar os sintomas e, potencialmente, retardar a progressão da doença. As pesquisas nesta área estão se concentrando em duas principais abordagens:
Estimulação da área do Núcleo Basal de Meynert (NBM): Esta região do cérebro está associada ao processamento da memória e é uma das primeiras áreas a sofrer danos no Alzheimer. A DBS direcionada ao NBM tem como objetivo estimular as células nervosas nesta área e melhorar a função cognitiva.
Estimulação Cerebral Profunda para a rede da memória: Esta abordagem envolve a estimulação de redes cerebrais envolvidas na memória, que incluem várias regiões do cérebro.
As pesquisas ainda estão de testes, onde as investigações ainda não possuem grandes avanços para nos apresentar resultados, mas apesar disso, essa é uma área de investigação capaz de revolucionar o tratamento da Doença de Alzheimer, sendo capaz de oferecer ótimas projeções, caso os resultados das pesquisas sejam positivos.
Quais são os avanços médicos que essa cirurgia poderá oferecer?
A aplicação da Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) em diversas condições neurológicas tem o potencial de trazer vários avanços significativos para a área da medicina e para os pacientes. Sendo alguns deles:
Tratamento mais eficaz de distúrbios neurológicos: A DBS tem o potencial de proporcionar tratamentos mais eficazes e personalizados para uma variedade de condições neurológicas, como Parkinson, distonia, tremor essencial e, principalmente, o Alzheimer. Esse tratamento poderá melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzir os sintomas e retardar a progressão da doença.
Melhoria da qualidade de vida: Para pacientes com condições neurológicas debilitantes, a DBS pode aliviar sintomas graves, como tremores, rigidez e problemas de movimento. Isso pode permitir que esses pacientes desfrutem de uma qualidade de vida melhor e mais independente.
Redução da dependência de medicamentos: Em alguns casos, a DBS pode reduzir a necessidade de medicamentos em pacientes com doenças neurológicas. Isso é significativo, pois muitos medicamentos têm efeitos colaterais indesejados e podem perder eficácia ao longo do tempo.
Desenvolvimento de novas terapias: À medida que a pesquisa em DBS avança, novas terapias podem ser desenvolvidas e refinadas. Isso pode levar a tratamentos mais inovadores e específicos para diversas condições neurológicas.
Avanços na compreensão do cérebro: A pesquisa em DBS fornece informações valiosas sobre como o cérebro funciona e como ele é afetado por diferentes condições. Isso pode aprofundar a compreensão da neurociência e abrir portas para novos insights sobre o funcionamento do cérebro humano.
Redução do sofrimento e custos médicos: À medida que a DBS melhora o controle dos sintomas em pacientes com doenças neurológicas, pode reduzir o sofrimento do paciente e a carga financeira associada aos cuidados de saúde a longo prazo.
Potencial aplicação em novas áreas: Além das condições atuais de tratamento, a DBS pode ser explorada em novas áreas, como distúrbios psiquiátricos, dor crônica e transtornos neuropsiquiátricos.
Quais são os casos de Alzheimer atualmente que estão sendo analisados?
Nesse momento de pesquisas ainda iniciais do tratamento, os critérios de seleção de pacientes para a DBS no Alzheimer também são um tópico importante de investigação. Geralmente, os estudos clínicos se concentram em pacientes em estágios iniciais a moderados da doença. É importante destacar que a eficácia e a segurança da DBS no Alzheimer ainda não estão estabelecidas. Os estudos clínicos estão em andamento para avaliar os resultados a longo prazo e determinar quais pacientes podem se beneficiar mais desse tratamento.
A Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) no tratamento da doença de Parkinson
A Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma terapia estabelecida e amplamente utilizada no tratamento da doença de Parkinson e de outros distúrbios do movimento. Ela tem sido aplicada com sucesso em pacientes com Parkinson por muitos anos. Aqui está como funciona:
Seleção de Pacientes: A DBS para o Parkinson é geralmente considerada em pacientes que tiveram a doença por um período, geralmente vários anos, e que apresentam complicações no controle dos sintomas com medicações. A decisão de avançar com a cirurgia é baseada em uma avaliação abrangente feita por uma equipe médica especializada, que pode incluir neurologistas, neurocirurgiões e outros profissionais de saúde.
Cirurgia: Durante o procedimento cirúrgico, eletrodos finos são implantados em áreas específicas do cérebro que estão associadas ao controle do movimento. Esses eletrodos são conectados a um neuro estimulador, que é colocado sob a pele, geralmente na região do peito. O neuro estimulador é programado para emitir impulsos elétricos ajustados de forma precisa para estimular as áreas cerebrais necessárias.
Estimulação do Cérebro: A DBS age regulando a atividade cerebral anormal associada ao Parkinson. Ela não cura a doença, mas ajuda a aliviar os sintomas motores, como tremores, rigidez e lentidão de movimento.
Ajustes Personalizados: Após a cirurgia, os parâmetros de estimulação, como a frequência e a intensidade dos impulsos elétricos, são personalizados para cada paciente. Os pacientes geralmente têm um controle remoto que lhes permite ajustar os níveis de estimulação conforme necessário.
Benefícios: A DBS para o Parkinson pode proporcionar benefícios significativos, incluindo uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Muitos experimentam uma redução notável nos sintomas motores, permitindo-lhes retomar atividades diárias, como andar, comer e se vestir com mais facilidade. Além disso, a terapia pode reduzir a necessidade de medicações antiparkinsonianas e, portanto, minimizar os efeitos colaterais associados a esses medicamentos.
É importante observar que a DBS não é uma cura para o Parkinson, e os pacientes ainda precisam de acompanhamento médico contínuo. Além disso, a DBS não é apropriada para todos os pacientes com Parkinson, e a seleção criteriosa é fundamental. Portanto, é essencial que os pacientes com Parkinson que estejam interessados na DBS busquem avaliação médica de especialistas em movimento e neurocirurgia para determinar se essa terapia é adequada para eles.
Onde é realizada a Cirurgia de estimulação cerebral profunda no Brasil?
A Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) para o tratamento da doença de Parkinson é realizada em diversos centros médicos e hospitais no Brasil. Alguns dos principais hospitais e instituições de saúde que oferecem a DBS para Parkinson no Brasil incluem:
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP): O HC-USP é um dos principais centros médicos do Brasil e realiza cirurgias de DBS para Parkinson, geralmente no Instituto de Psiquiatria.
Hospital Sírio-Libanês: Este renomado hospital em São Paulo também oferece serviços de DBS para Parkinson e distúrbios do movimento.
Hospital Albert Einstein: O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, é conhecido por suas instalações de ponta e é outro centro que realiza a cirurgia de DBS.
Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (UNICAMP): A UNICAMP também oferece a DBS para pacientes com Parkinson, sendo uma referência na área de saúde.
Hospital Moinhos de Vento: Localizado em Porto Alegre, o Hospital Moinhos de Vento é conhecido por suas especialidades médicas, incluindo neurocirurgia, e oferece tratamento de DBS.
Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer: Este instituto no Rio de Janeiro é especializado em neurocirurgia e tratamento de distúrbios neurológicos, incluindo a DBS.
Lembrando que a disponibilidade da DBS pode variar de acordo com o hospital e a região. Além disso, a seleção de pacientes e a realização da cirurgia são procedimentos que requerem avaliação médica especializada e, muitas vezes, uma equipe multidisciplinar composta por neurologistas, neurocirurgiões e outros profissionais de saúde.
Se você ou alguém que você conhece está considerando a DBS para o tratamento do Parkinson, é aconselhável entrar em contato diretamente com um desses hospitais ou instituições de saúde para obter informações detalhadas sobre os serviços oferecidos, critérios de seleção de pacientes e opções de tratamento. Além disso, consulte um neurologista especializado em distúrbios do movimento para orientação e avaliação.
