Talvez você já tenha ouvido alguém dizer que “cuidar dos pais é igual a cuidar dos filhos”. Entretanto, quem já passou por essa experiência sabe bem que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Cuidar dos nossos pais é bem diferente de cuidar dos nossos filhos, até porque os nossos filhos estão prontos para serem moldados e educados, enquanto os nossos pais já têm uma bagagem de vida, preferências, manias e muito mais. Hoje, iremos abordar aqui no blog sobre os cuidados filiais, o que é esse conceito e as melhores formas de desenvolvê-lo.
Mas afinal, o que significam os “cuidados filiais”?
O avanço da longevidade em uma sociedade desenvolvida como a nossa atualmente traz um desafio: cuidar dos nossos pais longevos, cada vez durante mais tempo e com novas condições.
Os cuidados filiais, ou seja, dos filhos para os pais, são uma tarefa que requer muitas estratégias e um grande desafio: “trocar” os papéis com os pais e se colocar em posição de responsabilidade por eles. Como já dissemos antes, não é o mesmo que cuidar de um filho, até porque a relação de respeito é diferente, além de haver um histórico da relação filial anterior ao cuidado, que pode ajudar ou complicar os cuidados diretos.
Para lidar efetivamente com os cuidados filiais, é fundamental adotar uma abordagem holística que considere não apenas as necessidades físicas, mas também as emocionais e sociais dos pais. À medida que envelhecem, muitos pais enfrentam desafios relacionados à mobilidade, saúde mental e bem-estar geral. Desenvolver um plano de cuidados personalizado que inclua aspectos como alimentação adequada, exercícios físicos apropriados e acompanhamento médico é essencial para garantir que eles recebam o suporte necessário. Além disso, criar um ambiente que promova a dignidade e a independência, dentro das possibilidades, pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos pais.
A comunicação aberta e o envolvimento contínuo são essenciais nos cuidados filiais. Manter um diálogo constante com os pais sobre suas necessidades e preferências, assim como sobre quaisquer ajustes necessários no plano de cuidados, pode ajudar a evitar mal-entendidos e a promover uma relação mais harmoniosa. A criação de uma rede de suporte, que pode incluir outros membros da família, amigos ou profissionais especializados, também é uma estratégia valiosa para distribuir responsabilidades e garantir que todos os aspectos dos cuidados sejam bem gerenciados. Em última análise, oferecer cuidados filiais é um equilíbrio delicado entre oferecer suporte prático e respeitar a autonomia e o desejo dos pais, garantindo que eles possam envelhecer com dignidade e conforto.
As várias formas de exercer os cuidados filiais
- Cuidado direto: o cuidado direto é, sem dúvidas, o mais desafiador diante dessa nova etapa da vida da família. Planejar e conseguir executar os cuidados diretos exige muita empatia, paciência e disposição para mudar a rota sempre que se faz necessário. É um momento decisivo de impacto emocional nos filhos, pois pode muitas vezes gerar um impacto significativo na saúde mental dos filhos. Explorar como essa responsabilidade pode levar a estresse, ansiedade e até depressão é fundamental. Discutir estratégias de autoajuda e apoio psicológico, como terapia e grupos de apoio, é sempre importante.
- Cuidado financeiro: o cuidado financeiro, quando os pais já não possuem as mesmas habilidades para gerenciar as próprias contas, pode ser um desafio no sentido de controlar os gastos, definir prioridades financeiras, garantir o bem-estar e suprir as necessidades que eles possam vir a ter. É necessário, além de planejamento, um diálogo franco e honesto sobre todos os gastos, com clareza nas prestações de contas, para garantir a participação, dentro do possível, dos pais nessas decisões.
- Cuidado organizacional: o cuidado pode ser em forma de organização e auxílio em atividades complexas ou em atividades externas, como no caso dos filhos que ficam responsáveis por fazer as compras no mercado, levar os pais nas consultas médicas, resolver situações com o banco, seguradora, etc. Por vezes, pode ser de grande ajuda para os pais que os filhos façam parte da sua rotina, principalmente no quesito de acompanhar a sua agenda de consultas ou de compromissos para garantir suporte no acompanhamento das informações e das ações que devem ser tomadas.
- Cuidado emocional: o cuidado emocional é focado em oferecer apoio emocional aos pais, como escutá-los, demonstrar empatia e estar presente em momentos difíceis. Esse tipo de cuidado ajuda a fortalecer o vínculo afetivo e pode ser fundamental para a saúde mental dos pais idosos e para uma melhor relação entre pais e filhos.
- Cuidado social e de lazer: este tipo de cuidado busca proporcionar aos pais um auxílio para manterem uma vida social ativa, incentivando a participação em atividades comunitárias, encontros sociais, ou simplesmente garantindo que eles tenham oportunidades de lazer que melhorem sua qualidade de vida.
- Cuidado legal e administrativo: no caso do cuidado legal, a visão é de oferecer auxílio em questões legais, como a gestão de documentos importantes, procurações, testamentos e outras necessidades legais. Também pode incluir o gerenciamento de questões administrativas, como impostos e seguros.
- Cuidado educacional: o cuidado educacional busca ajudar os pais a terem autonomia, através da promoção do acesso a novas aprendizagens ou estimular a participação dos pais em atividades culturais e educacionais. Isso pode incluir incentivar o uso de novas tecnologias, leitura, participação em cursos ou oficinas.
- Cuidado preventivo: um cuidado focado na prevenção de problemas de saúde e segurança, como adaptar a casa para evitar quedas, incentivar hábitos de vida saudável e realizar visitas regulares ao médico para exames preventivos.
A geração sanduíche e os cuidados filiais
Nós temos uma matéria aqui sobre a geração sanduíche, sendo essa a geração que cuida dos pais mais velhos e, em muitos casos, também cuida dos filhos que ainda não saíram de casa, o que pode gerar uma maior ansiedade filial (temos uma matéria sobre isso aqui), ou seja, uma preocupação de como será cuidado pelos seus próprios filhos e gera nos filhos mais jovens a ansiedade de como cuidarão dos pais, quando chegar a sua vez.
Em um mundo tecnológico cada vez mais disperso, é comum que tenhamos o receio de pensar em quem é que vai cuidar de nós, caso surja a necessidade. Por este motivo, é importante termos em mente o que significa estar em um espaço de cuidado quando ficarmos mais velhos.
Atualmente, já existem vários tipos de moradias para as pessoas mais maduras, sendo muito comum o conceito de “cohousing”, um conceito que resgata o sentido de comunidade colaborativa, em uma vivência mútua de respeito da privacidade dentro da própria casa, mas em um espaço em que se pode contar com a ajuda de vizinhos e outras pessoas. Para casos que necessitam de uma supervisão mais direta, temos as residências assistidas e os condomínios para as pessoas idosas, a fim de ter um auxílio para os idosos que vivem sozinhos, mas que necessitam de algum suporte em certas atividades da vida diária. Além disso, temos os serviços mais procurados, que são os Residenciais Sênior, sendo esse um espaço que garante todo o acolhimento e suporte para a pessoa idosa, com uma equipe qualificada para oferecer todos os cuidados necessários, com diferentes atividades a serem realizadas diariamente para garantir o bem-estar dos seus residentes.
É necessário pensar nesses espaços preventivos, a fim de buscar essas formas de viver em comunidade ou em convivência com outras pessoas antes de a pessoa idosa se encontrar em uma situação de extrema fragilidade e já não conseguir desfrutar da melhor forma do que esses espaços têm para oferecer. Quando fazemos um trabalho preventivo, temos maior chance de reverter quadros iniciais de algumas fragilidades físicas e cognitivas.
Como um Residencial Sênior pode diminuir a carga dos cuidados filiais?
Diante do excesso de trabalho, preocupações, compromissos e necessidades da vida adulta, principalmente na meia-idade, a carga emocional de conviver com a pessoa idosa na própria casa pode mudar a convivência familiar, dificultar os vínculos e tornar-se uma situação desafiadora para todas as pessoas envolvidas.
Um Residencial Sênior pode ser a opção de garantir não apenas que a pessoa idosa está sendo cuidada da forma correta, como também pode diminuir a concepção negativa desses espaços como os antigos “asilos”, em que esses espaços eram usados para “depositar” as pessoas idosas.
A forma de enxergar, de forma positiva, os cuidados oferecidos aos pais também é o caminho de garantir que o nosso próprio envelhecimento pode ser definido por nós; podemos escolher as formas como queremos ser cuidados, onde queremos viver e, sendo assim, encarar com maior consciência e clareza o que é importante para nós e qual a melhor decisão a ser tomada quando chegar a hora.
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