Não é incomum pensarmos pouco sobre o envelhecimento, independentemente da idade, pois esse tema nos aproxima de um “assunto proibido”: a finitude da vida. Muitas pessoas costumam mascarar esse medo com piadas ou sátiras, tentando suavizar a angústia diante das incertezas dessa fase. No entanto, apesar dessas tentativas, é raro encontrar alguém com o emocional em dia, capaz de afirmar que não tem receio algum de envelhecer. Hoje, abordaremos um pouco mais sobre esse medo, sua origem e como podemos lidar melhor com ele.
De onde vem o medo de envelhecer?
Em uma sociedade que valoriza a juventude, não é surpreendente que temamos o envelhecimento. As gerações mais recentes vêm desconstruindo a ideia de que a velhice é um período de descanso, sabedoria acumulada e transcendência, onde a vida passa a fazer mais sentido.
O aumento da expectativa de vida global não nos traz mais tranquilidade em relação à velhice, mas, em vez disso, prolonga a concepção de juventude e vida adulta. A velhice é constantemente “empurrada” para mais tarde, com frases como “os 40 são os novos 30”, sugerindo que, ao atingir idades avançadas, estamos mais distantes de ser considerados “velhos”.
O avanço da medicina, aliado a uma sociedade neoliberal acelerada, prolonga a juventude. Hoje, jovens de 18 anos são frequentemente vistos como adolescentes tardios, muitas vezes sem condições financeiras para conquistar sua independência. Permanecer na casa dos pais é uma realidade para muitos, em meio à inflação imobiliária e à instabilidade do mercado de trabalho. Não é à toa que casos de saúde mental fragilizada estão em ascensão.
O livro “A Geração Ansiosa”, de Jonathan Haidt, discute o impacto da internet nesse fenômeno, destacando a importância de uma infância menos exposta às telas e estímulos tecnológicos. O excesso de informação nos proporciona uma visão mais ampla dos desafios futuros — sejam eles climáticos, ambientais, profissionais, políticos ou relacionais.
Com tantas incertezas, é natural temer o que está por vir: as fragilidades da velhice, a necessidade de suporte, a preocupação com moradia, entre outras questões. Esses medos podem nos levar a “ignorar” ou “adiar” essa fase da vida.
A corrida social pelo envelhecimento bem-sucedido
Cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos, manter uma rotina de cuidados com a pele e cabelo, realizar check-ups médicos regulares, além de manter um círculo social ativo e uma carreira sólida. Parece simples, certo? Na realidade, essa é uma corrida contra o tempo que, inevitavelmente, perderemos, já que o tempo não para.
Embora todas essas práticas tragam benefícios, não são fáceis de serem seguidas simultaneamente. Elas exigem mais do que força de vontade; exigem tempo, condições financeiras, suporte emocional e social, entre outras variáveis.
Com as redes sociais, essa corrida se torna ainda mais desigual. Constantemente nos comparamos aos outros e nos sentimos em desvantagem, questionando nossa força de vontade. Lemos frases como “todos têm as mesmas 24 horas” e nos perguntamos: “Por que as minhas são consumidas com tarefas e compromissos, sem espaço para autocuidado?”
Pensar no envelhecimento pode parecer um luxo quando mal conseguimos planejar o amanhã. Como pensar em onde estaremos ou o que faremos daqui a 40 anos, se sequer decidimos onde passar as próximas férias?
No filme “Barbie”, a personagem Gloria reflete sobre como ser mulher na sociedade patriarcal é contraditório: é preciso se cuidar, mas não ser obcecada com a aparência. Da mesma forma, o envelhecimento bem-sucedido parece uma meta inatingível quando se espera que mantenhamos tudo sob controle — carreira, saúde mental, família e amigos. Essa é uma questão que muitos estudiosos ainda tentam responder.
O envelhecimento é um processo único, subjetivo e privado
O envelhecimento é um processo individual, ligado à trajetória de vida pessoal. Cada pessoa vive suas experiências de maneira única, tornando esse processo subjetivo, pois a interpretação de cada acontecimento é exclusiva de quem o vivenciou.
No filme “A Substância” (2024), estrelado por Demi Moore, reflete-se sobre a luta interna com a própria imagem, abordando a rejeição de uma aparência não mais “socialmente aceita”. O filme, de terror, traz uma abordagem perturbadora e cenas que podem gerar gatilhos, exigindo cautela ao assistir.
Já a obra “Rita Lee: Outra autobiografia” oferece uma visão honesta sobre o envelhecimento, compartilhando os últimos anos da vida da icônica Rainha do Rock ‘n Roll, Rita Lee. Essas produções nos levam a refletir: o que significa, para mim, envelhecer de maneira bem-sucedida? O que estou fazendo hoje para refletir positivamente nos próximos anos?
Devemos ouvir nossa voz interior e identificar de onde vêm nossos medos em relação à velhice: medo de abandono? De não ser amado(a)? De perder a independência? Tais reflexões nos ajudam a enfrentar nossos medos atuais, de modo a melhorar nosso futuro.
A velhice como um tempo de liberdade
Pergunte a si mesmo: se eu não tivesse mais obrigações profissionais, familiares e financeiras, o que eu faria? O que gostaria de fazer?
Além de adotar práticas para garantir um envelhecimento saudável, é importante ter planos de longo prazo. Assim, podemos reduzir os aspectos negativos dessa fase e atribuir a ela a liberdade que merece, com menos obrigações e mais tempo para aproveitar. Como mencionado, o processo é subjetivo e único, mas pensar nisso como um tempo de liberdade é uma forma de combater a visão fatalista da velhice.
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