Quais são os benefícios que a relação entre avós e netos traz para a vida?

É uma alegria muito grande ter um filho, mas é uma alegria dobrada ser avô! A vivência de ser avô é uma experiência muito intensa de um cuidado diferenciado, com um outro tipo de responsabilidade. Um pouco mais longe dos padrões de educação formal que a maternidade e a paternidade exigem, onde muitos usam o famoso jargão de que “os avós são para estragar os netos”, mas vamos falar hoje sobre esse fenômeno que tem nome: avosidade!

 

O que significa a palavra “avosidade”? Como surgiu?

O termo acadêmico “avosidade” celebra os estudos sobre a relação entre avós e netos nos tempos atuais. Isso visto que essa relação ao longo dos tempos sofreu diversas alterações, diante das transformações da pessoa idosa também foram muitas. Durante o período da Revolução Industrial, não existia uma concepção de infância, onde as crianças eram vistas como jovens adultos, de forma que não existia esse tipo de relação. Ela veio a surgir apenas após o nascimento do país democrático, onde as crianças passaram a ter direito de ter uma infância, com restrição de trabalho infantil e acesso aos estudos.
Nesse período em que as crianças passaram a ter direito de ir para a escola, os trabalhadores também passaram a ter direitos trabalhistas, inclusive se aposentar. Só aí surgiu uma nova perspectiva de envelhecimento mais longevo, visto que nas décadas anteriores as pessoas tinham uma expectativa de vida muito menor. Sendo assim, com o acesso à saúde e o avanço da medicina, passou a ser capaz de se ter uma vivência de crianças vivendo a infância com avós aposentados.
Após a ditadura militar e os direitos das mulheres tendo sido conquistados, cada vez mais as mulheres passaram a entrar no mercado de trabalho especializado, buscar ensino de qualidade e construir uma carreira profissional, o que ocasionou na mudança da dinâmica familiar da mãe cuidadora, sendo essa figura passada aos avós que em muitos casos, estavam aposentados.
Essa relação ganhou uma concepção cultural de diferença na convivência entre os pais e os avós, apenas uma concepção capaz de ser vivenciada na classe média, visto que há uma condição financeira para que os avós pudessem aproveitar a aposentadoria de forma mais confortável e “mimar” os netos, com todos os desejos atendidos.
Apesar disso, os estudos sobre envelhecimento e intergeracionalidade começaram a avaliar quais eram os benefícios desse tipo de relação e nós falaremos sobre elas aqui.

 

Quais são os benefícios da avosidade?

Os benefícios das relações intergeracionais já são comprovados cientificamente, entre eles podemos listar diversos:
Bem-estar emocional: A convivência com os netos promove maior satisfação emocional e felicidade, aumenta o propósito de vida, além de reduzir os sentimentos de solidão e isolamento social.
Aprendizado e desenvolvimento: As relações de avosidade são uma fonte valiosa de aprendizado, tanto para os avós como para os netos. Os avós passam a sua experiência de vida, enquanto os netos apresentam uma perspectiva das novas tecnologias e novos saberes para as pessoas mais velhas.
Saúde mental e cognitiva: Estudos mostram que o envolvimento em atividades intergeracionais pode ajudar a melhorar a função cognitiva, especialmente em idosos. Também pode ter um efeito protetor contra doenças neurodegenerativas, como a demência.
Empatia e habilidades sociais: A convivência com pessoas de diferentes idades pode promover a empatia, a compreensão e a tolerância em todas as faixas etárias. Além disso, pode ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação.
Redução de preconceitos e estereótipos: A interação entre avós e netos faz com que as crianças cresçam com maior respeito pelas pessoas idosas e mais empatia por situações gerais, sendo responsáveis por maior suporte social para outras pessoas idosas em geral.
A vivência da avosidade também é uma ferramenta muito importante para fortalecer os vínculos familiares, capaz de intermediar relações conflituosas entre pais e filhos, pois desponta das pessoas uma outra versão de cuidado para com uma criança, capaz de suscitar relações mais saudáveis.

O fenômeno de ser avô/avó em um Residencial de Idosos

Uma inserção dentro de uma estrutura residencial deve ser uma transição muito cuidadosa para manter as relações familiares positivas. Principalmente em questão da avosidade, pois há quem acredite que as crianças não devem visitar os avós em residenciais, pois entendem que esse “não é um local para crianças”. Essa visão é muito prejudicial para a relação de ambas as partes, pois reforça o estereótipo de que esse é um espaço triste, de privação de visitas, de relações sociais, o que hoje é inversamente o trabalho realizado dentro desses espaços.
Precisamos ter em mente que quanto mais as crianças puderem conviver com os seus avós e mesmo aqueles que não possuem mais avós vivos, puderem encontrar nesse espaço pessoas que possam desempenhar esse papel, mesmo que por um dia, estaremos focados em construir uma sociedade mais empática e consciente da importância que a pessoa idosa tem para a nossa sociedade, independente da sua situação.

Nas unidades do Terça da Serra nós temos essa preocupação, onde temos vários espaços para que a família possa estar com as pessoas idosas, onde em uma unidade franqueada foi até mesmo construído um espaço Kids para que as crianças pudessem ficar mais à vontade durante as visitas. Venha conhecer uma das nossas unidades e conferir!

 

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